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Expressões racistas que devemos abolir do vocabulário

Diversos termos de origem preconceituosa ainda são utilizados no nosso vocabulário. Confira aqui alguns que deveriam cair em desuso
Por: 02/12/2022 - 16:54 - Atualizado em: 02/12/2022 - 16:56
Freepik

Escrito por: Rachel Andrade

Neste dia 2 de dezembro é celebrado o Dia Internacional da Abolição da Escravatura. A data foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), há mais de 30 anos, como uma forma de combater qualquer tipo de exploração criminosa que fere os Direitos Humanos. No Brasil, ainda há registros de situações de “trabalho” consideradas análogas à escravidão, principalmente no interior do país. Aqui, a abolição foi assinada oficialmente apenas em 1888, e teve uma duração de mais de 300 anos.

As marcas desse período ainda estão muito presentes e constantes no dia a dia da população. Além de combater a escravidão, há outros aspectos da nossa cultura que precisam ser modificados para que essas marcas sejam apagadas de especial no nosso vocabulário. A pesquisadora em teoria crítica racial Winnie Bueno afirma que racismo linguístico “Tem a ver com disseminação de ideologia e com linguagem como instrumento de dominação”. Confira aqui algumas expressões que têm origem do período da escravidão e devem ser abolidas o quanto antes.

Denegrir

Segundo a definição dos dicionários, a palavra significa “tornar escuro, obscuro, negro”, e durante muito tempo foi tida como uma forma de classificar algo como negativo, de forma a diminuir a importância do sujeito. O termo é considerado racista pela forma como é utilizado no senso comum, e pode ser substituído por “difamar”, “diminuir”, “mal dizer”.

A coisa tá preta

Quando algo não estava indo conforme o planejado, ou quando havia alguma complicação em determinada situação, as pessoas utilizavam essa expressão, pois os negros escravizados eram entendidos como difíceis de lidar. Uma forma bastante simples de evitar a expressão é apenas dizer que “a coisa tá complicada”.

Dia de branco

O dito surgiu na época em que apenas as pessoas brancas eram reconhecidas como trabalhadoras formais, pagadoras de impostos, enquanto as pessoas pretas eram vistas como preguiçosas e indispostas para o trabalho. A expressão sempre foi utilizada como uma forma de segregar a classe trabalhadora, indicando que os dias de trabalho eram exclusivos para pessoas brancas. A expressão já deveria ter sido banida há muito tempo, e ela pode facilmente ser substituída por “dia de trabalho”.

Criado-mudo

Essa expressão é fortemente ligada ao período da escravidão no Brasil pois era utilizada para designar a pessoa escravizada que servia a seus escravizadores dentro de seus quartos. Eles circulavam pelo quarto para dar assistência a qualquer hora do dia, inclusive à noite, portanto faziam tudo em silêncio. Atualmente o termo é usado para indicar o móvel que fica perto da cama. Esse objeto é também chamado de “mesa de cabeceira”, que não é considerada uma nomenclatura de cunho racista.

Muitas outras expressões ainda são utilizadas no dia-a-dia das pessoas, e a luta para retirá-las do vocabulário comum é constante. O primeiro passo é expandir a mente e os horizontes para que no futuro o linguajar racista seja, de fato, abolido.

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