Se há algo que é ponto pacífico com relação ao período da pandemia da covid-19, é que ela acelerou diversos processos no meio empresarial. Evoluções que eram esperadas para ocorrer em anos foram implantadas em meses ou semanas. A transformação digital é a maior dessas mudanças e viabilizadora de todas as outras. Nesse cenário, empresas que já investiam nessa frente anteriormente conseguiram se adaptar melhor às dificuldades impostas pela disseminação do coronavírus, enquanto as demais precisaram correr atrás do prejuízo.
Com as medidas restritivas impostas para conter a pandemia, como fechamento de atividades econômicas e impedimento de circulação, diversas empresas foram impedidas de atuar normalmente. Então, surgiu o dilema: como se adaptar a essa nova realidade e manter um mínimo de atividade com segurança? A resposta veio da tecnologia. Apenas o ambiente digital permitiria às empresas manter contato com seu público e continuar vendendo seus produtos ou serviços. Começou, então, uma corrida por atualização.
De uma hora para outra, negócios tradicionais, resistentes a mudanças, se viram obrigados a entrar no mundo da internet – algo que chega a soar estranho, dado que o ambiente web já é parte bastante presente do cotidiano da população. Vendas on-line, aulas on-line, shows on-line, atendimentos e consultar on-line. Tudo virou digital. E o que era um grande desafio tornou-se, tempos depois, uma ótima oportunidade. Afinal, a internet expande o alcance de uma marca, que pode quebrar barreiras geográficas e se conectar a potenciais consumidores em lugares antes impossíveis de acessar. Cabe a cada empreendimento e a sua gestão saber aproveitar as ferramentas que o ambiente digital oferece e traçar estratégias que permitam a sobrevivência do negócio.
Tomo como exemplo o grupo Ser Educacional, o qual fundei e onde sou presidente do Conselho de Administração. A transformação digital já era uma premissa da companhia há alguns anos e, durante a pandemia, ela foi potencializada. Fizemos transformações programadas para cinco anos em apenas algumas semanas. Treinamos professores, adaptamos nossos sistemas e demos início às aulas on-line, ao vivo, para não deixar nossos alunos desamparados. E continuamos evoluindo, buscando novas alternativas para levar uma educação cada vez melhor a nossos estudantes. E assim também agiram diversas outras empresas. Hoje, depois desse período de adaptação, vê-se que é quase impossível um negócio sobreviver se ele não for acessível digitalmente. E assim será até o fim da pandemia, e mesmo depois dele.
É claro que a pandemia trouxe um saldo extremamente negativo de mortes e empresas fechadas. Temos muito a fazer para frear o avanço do coronavírus e mais ainda para reverter seus impactos nocivos. Por outro lado, há que se reconhecer que momentos de crise são também momentos de oportunidade, e essa situação tem provado o quão essencial a tecnologia se tornou na vida e nos negócios do mundo. Fica o desejo de que as empresas continuem evoluindo e investindo na transformação digital, a fim de poderem vislumbrar novos horizontes de negócios e crescimento.
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