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sexta-feira, 7 de março de 2008

Sucesso do mutirão contra o zumbido leva a UnG a criar um programa contínuo de atendimento

Iniciativa contará com uma atuação multidisciplinar, envolvendo Fonoaudiologia, Farmácia e Nutrição. Inscrições estão abertas
Portal UnG (07/03/2008) – Os quase 200 atendimentos prestados por alunos e professores durante o mutirão contra o zumbido, promovido durante todo o dia da última terça-feira (04), refletirão em benefícios para a população. É que o curso de Fonoaudiologia da Instituição (idealizador da ação), em parceria com as graduações em Farmácia e Nutrição, colocou em funcionamento o Programa de Atendimento Multidisciplinar para Portadores de Zumbido.

Comum em 20% da população brasileira, o problema pode variar entre um ligeiro incômodo até a interferência na qualidade de vida, ocasionando, muitas vezes, situações de estresse. O zumbido no ouvido pode ser semelhante a sons agudos, tais como o canto de uma cigarra ou um apito; ou mesmo graves, como um rádio fora de sintonia ou uma panela de pressão. “O incômodo tende a ser melhor percebido no período noturno, quando o barulho externo é menor. Em casos severos, o tão importante sono pode ser prejudicado”, explica a diretora do curso de Fonoaudiologia da UnG, profa. Eliana De Martino, que aponta, entre as causas para o mal, alterações metabólicas, glicemia, colesterol alterado, perda auditiva, hipertensão arterial e disfunções da articulação têmporo-mandibular.

De acordo com a docente, muitos dos pacientes atendidos no mutirão já haviam procurado serviços médicos e foram orientados a se habituarem ao zumbido. No entanto, eles deixaram explícita a dificuldade em se acostumar com o problema, dada a perda de qualidade de vida. “A grande procura pelo atendimento e a influência do mal no dia-a-dia das pessoas foram decisivos para criarmos o programa”, disse Martino.

A iniciativa agora permanente da UnG funcionará da seguinte maneira: O paciente com queixa de zumbido vai à Clínica de Fonoaudiologia, onde é dado o início ao percurso de atendimento. Ele deverá responder a um questionário com o objetivo de pontuar o grau de severidade do problema.

O passo a seguir é se submeter a uma anamnese e a diversas avaliações auditivas (audiometria, imitanciometria e acufenometria). Segundo Eliana, isso ajudará a verificar uma possível causa auditiva para a queixa e identificar a freqüência e a intensidade do zumbido.

O próximo procedimento é a avaliação laboratorial, feita por docentes e discentes do curso de Farmácia. Nessa ação serão analisadas as taxas glicêmicas, o colesterol e o triglicérides, já que pesquisas recentes indicam uma provável causa metabólica para o zumbido.

Se for constatada alteração nesses parâmetros, o paciente será encaminhado à clínica de Nutrição, onde receberá orientação sobre dieta alimentar. Dois meses após o início deste último procedimento, o paciente retorna à Clínica de Fonoaudiologia para repetir os exames iniciais e refazer o questionário.

De acordo com a diretora, a intenção com a iniciativa é mostrar ao paciente que o zumbido não é uma doença, mas um sinal ou sintoma de alguma alteração. “O mais importante é a pesquisa para identificar a causa, a etiologia do zumbido. Caso isso não seja feito, o tratamento deixa de ser eficaz”, alerta. E acrescenta: “Se, após os exames, for identificada uma perda auditiva por exposição a ruído intenso, o tratamento também pode ficar comprometido, já que, nesses casos, há lesão de células da cóclea”.

Os interessados em participar do Programa de Atendimento Multidisciplinar para Portadores de Zumbido podem se inscrever em qualquer época do ano. Após o cadastro, contudo, é necessário aguardar o atendimento em fila de espera. Informações e inscrições: (11) 2464-1797.
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