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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Docente da UnG realiza capacitação para fisioterapeutas em Angola

Guilherme Herrera foi o responsável em identificar as limitações dos profissionais do Hospital Américo Boavista

Guilherme Herrera, professor do curso de Fisioterapia da UnG, foi convidado para realizar treinamento e capacitação a equipe de fisioterapeutas do Hospital Américo Boavista, em Luanda, Angola, no mês de junho. Especialista e mestre em Neurologia, Herrera ficou responsável em estudar e identificar as limitações dos fisioterapeutas, nos campos teóricos e práticos do conhecimento. “Trata-se de um projeto ousado e sou um dos responsáveis pela capacitação dos fisioterapeutas do centro de reabilitação mais importante da África Central. Está sendo uma honra participar da implementação do novo serviço que vai revolucionar a reabilitação no país e proporcionar tratamento técnico-científico humanizado para uma imensa população carente”, explica o professor.

O docente e outros dois profissionais brasileiros da área acompanharam a rotina do hospital por sete horas diárias, durante três meses, para realizar o diagnóstico do serviço e apresentar um novo modelo de trabalho.  Neste período foram desenvolvidas diversas ações para uma análise situacional minuciosa com objetivo de identificar as principais competências e capacidades técnicas a serem desenvolvidas, bem como os possíveis problemas estruturais do serviço de fisioterapia, tanto no ambiente hospitalar quanto no centro de reabilitação.

Herrera relata que no diagnóstico realizado foram identificados pontos cruciais que precisam ser adotados para o adequado desenvolvimento do processo clínico. “Em Angola a fisioterapia é uma profissão nova e é muito comum a formação de técnicos em terapêutica, com escassez de profissionais graduados. E mesmo os profissionais com nível superior, precisam de aprimoramento para otimizar o tratamento e a evolução dos pacientes. Nas principais abordagens terapêuticas analisadas, foram encontradas ações que necessitam desenvolvimento técnico-científico  adequado e atualizado. Para o controle clínico, a implementação e a utilização de fichas de avaliação e evolução se fizeram necessárias para identificação precisa dos sinais e sintomas e determinação do  impacto funcional das doenças. Alertamos os fisioterapeutas sobre a necessidade de elegerem suas intervenções baseadas em literatura científica de referência, sendo necessário portanto, conhecimento da língua inglesa”, contou.

O professor também salientou que o país ainda apresenta cicatrizes de um período difícil da sua história, marcada pela Guerra civil, que acabou há pouco mais de uma década. Apesar da riqueza promovida pelo petróleo, o país ainda tem muito para se desenvolver, principalmente nas áreas da educação e saúde.

Financiado pelo Governo de Angola, a capacitação marca um importante passo rumo a mudanças na saúde pública de Angola. “Este treinamento foi o primeiro deste segmento realizado no país”. Em novembro, este mesmo grupo de professores deverá retornar à Angola para avaliar as mudanças realizadas no Hospital e verificar se o trabalho proposto está sendo desenvolvido. “O hospital em que atuamos é antigo, com instalações bastante precárias, entretanto, foi construído um centro de reabilitação de última geração, apto para realizar todo tipo de trabalho fisioterapêutico, o que demonstra a preocupação do governo em melhorar as condições da saúde”, conta Guilherme.

Na bagagem, o mestre traz a experiência de ter atuado com fisioterapeutas estrangeiros, colocando em prática os conhecimentos obtidos no Brasil, oportunizando uma mudança significativa para a realidade da região e, ainda, conhecendo uma cultura diferente. “Esta vivência foi extremamente enriquecedora, pois pude conhecer um pouco dos costumes e da cultura dos angolanos. O potencial é enorme, tem muito a ser feito para que a população africana tenha à disposição o que há de melhor em reabilitação e tratamento. Os profissionais locais têm uma grande vontade e interesse em aprender, novos projetos já estão em andamento”, finaliza o professor.

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