sexta-feira, 11 de maio de 2012
Pesquisa de mestranda da UnG pode se tornar política pública em Bragança Paulista
Trabalho avalia remanescentes florestais da cidade e propõe a criação de corredores ecológicos para preservar aspectos climáticos
Portal UnG (11/05/2012) – A pesquisa de Lucimara Teixeira, estudante de Mestrado em Análise Geoambiental na Universidade Guarulhos (UnG), poderá se tornar política pública na cidade de Bragança Paulista. O trabalho avalia remanescentes florestais da região e propõe a criação de corredores ecológicos, o que proporcionará a manutenção de importantes serviços ecossistêmicos, como a produção de água no reservatório Jaguari; a preservação da biodiversidade local e regional; manutenção da paisagem e dos aspectos climáticos.O município é reconhecido como estância climática desde 1964 e está localizado em um eixo economicamente importante entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas. Bragança está nas cabeceiras dos rios formadores do Sistema Produtor de Água Cantareira. "Cerca de 43% da água que os guarulhenses consomem vêm daquela região, que faz parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo e que sofre com a perda e fragmentação do habitat", disse a autora da pesquisa, Lucimara Teixeira.
A cidade de Bragança Paulista está localizado no domínio da Mata Atlântica, que expandiu com a cultura cafeeira e, posteriormente, com o processo de industrialização. Atualmente, a expansão imobiliária é o maior inimigo da cidade, que tende a perder sua característica de instância climática para acompanhar o crescimento desenfreado do crescimento habitacional. "A fragmentação e a perda de habitat são atualmente os maiores fatores que ameaçam a biodiversidade e são as principais causas da extinção. Uma das estratégias de conservação da biodiversidade é a criação de corredores ecológicos, que são áreas de conectividade entre fragmentos isolados, exatamente o que propõe nosso trabalho", explica o geólogo e prof. orientador da pesquisa, Marcio Roberto M. de Andrade.
Os autores da pesquisa conversaram recentemente com a equipe da Secretaria do Meio Ambiente de Bragança e foram recebidos com interesse e empolgação. “Estamos trabalhando para que essa pesquisa seja colocada em prática. A Prefeitura de Bragança já barrou uma obra de habitação depois de analisar um dos dados da nossa pesquisa”, disse Marcio. O professor acrescentou ainda que corredores ecológicos semelhantes ao desta pesquisa também poderiam ser idealizados em cidades grandes, como Guarulhos e São Paulo. “É possível. Basta mapear as regiões e passar a construir a cidade de acordo com a porcentagem estabelecida na pesquisa, que gere menos impacto ambiental possível”, explica o geólogo.
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