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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Alunos de Ciência da Computação desenvolvem processadores populares

O projeto tem como objetivo incentivar o estudo de processadores mais baratos para suprir necessidades individuais dos clientes
Portal UnG (13/05/2010) – Pedir para que alunos do primeiro semestre desenvolvam processadores através de números binários pode parecer loucura. Assim que o prof. Erwin Uhlmann comunicou que a produção do equipamento seria a nota das avaliações bimestrais dos calouros de Ciência da Computação, a preocupação foi geral. “Eles ficaram assustados, convictos de que não conseguiriam, pois para montar um processador é preciso entender de matemática, física, lógica e logaritmos, ou seja, a junção de todas as disciplinas que eles estudam no semestre”, explicou Uhlmann.

Pode-se dizer que o processador é o cérebro do computador, já que é ele o responsável por executar todas as instruções existentes na máquina. E é em virtude de sua complexidade e importância que muitos alunos se assustaram com o trabalho e chegaram a pensar que seria impossível criar o aparelho. “No início do semestre eu não via propósito no trabalho. Nunca tinha aberto uma tomada para conhecer como são seus mecanismos. O professor nos orientou a utilizar lâmpadas e madeiras na construção do processador, mas não fazia a menor ideia de como colocar a máquina para funcionar”, afirma o estudante Fernando Deufel.

Com o passar das aulas, os alunos adquiriram os conhecimentos necessários para a produção do processador e o receio e o medo cederam espaço para a confiança. “O projeto foi desenvolvido gradativamente. A cada aula avançávamos um ponto. Além das orientações técnicas, contamos também com o apoio e motivação do professor, que sempre nos incentivou a buscar desafios”, conta Beatriz Verderami. A satisfação é recíproca: “Fiquei contente com o empenho dos alunos, que se mostraram interessados durante todas as etapas do projeto e foram além do que eu esperava”, cometa Erwin.

O projeto tem como principal objetivo desenvolver estudos de processadores mais baratos e que busquem suprir necessidades individuais dos clientes. “Nem sempre o que a sociedade consumista impõe é o que vai satisfazer o comprador. Processadores mais caros ou mais potentes podem ser importantes para quem utiliza programas pesados, mas é desnecessário para aqueles que utilizam a máquina apenas para escrever textos”, explica Uhlmann.

Outro motivador do projeto foi a vontade de estreitar a relação entre o estudante e a sociedade, de forma a produzir trabalhos que possam ser úteis ao dia a dia da população. “Além de divulgar a produção dentro da Universidade, em semanas acadêmicas ou palestras, buscamos criar algo que aumente o contato das pessoas com a informática e que prove ser possível desenvolver produtos de qualidade e de baixo custo em nosso País”, aponta o professor.

O trabalho que ainda está em desenvolvimento promete render bons frutos e mostra que, com força de vontade e persistência, é possível alcançar resultados surpreendentes.
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