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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pibic-UnG: 10 anos de estímulo à pesquisa

Programa de Iniciação científica completa a primeira década de vida e comemora a marca de quase 600 bolsistas no período. Veja aqui outras conquistas
Portal UnG (02/10/2009) – Sandra Emi Sato estudou a Zona de Defesa do Núcleo Cabuçu, em Guarulhos. Priscila Pellegrini analisa parâmetros fluvio-morfométricos do rio Aguapeí, em São Paulo. David Jemusse fez da Língua Portuguesa e de Moçambique temas de suas investigações. O trio é diretamente responsável pelo desenvolvimento científico do Brasil, que nos últimos anos obteve significativa ascensão na lista das potências produtoras de pesquisas no mundo. São, ainda, personagens principais da história do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da UnG, assim como outros mais de 500 alunos e egressos da Universidade que durante os 10 anos do Pibic, completados neste ano, foram desafiados a produzir, a construir conhecimentos a partir da investigação, da busca. “Além do enriquecimento cultural e curricular – e do consequente e benéfico aumento da competitividade no universo do trabalho –, a pesquisa proporciona, em si, um prazer inefável: a euforia de gerar conhecimento novo, de elaborar novo conceito, de resolver um problema ou até mesmo um enigma, de aperfeiçoar um procedimento, uma rotina ou um equipamento; coisas que, a parte de ganhos financeiros e intelectuais, enriquecem e dignificam nossa existência”, aponta o prof. dr. Mário Lincoln Etchebehere, pesquisador e coordenador do Centro de Pesquisas da UnG.

“Realizei muitos trabalhos de campo pelo Pibic”, afirma a arquiteta Sandra Emi Sato. ”Isso fez com que eu ganhasse experiência nas observações, além do estímulo à escrita, leitura e elaboração de metodologias, do desenvolvimento de relatório técnico e da participação em eventos científicos”, complementa. Sandra foi pesquisadora voluntária do Pibic-UnG em 2003. Hoje, é mestre em Análise Geoambiental, professora e técnica do Laboratório de Geoprocessamento da Universidade.

David Jemusse veio e tem planos para ir longe. Ele é de Moçambique, na África, ingressou no curso de Letras da UnG após minuciosa análise daquilo que ele chama de “pilares básicos” – qualidade do processo ensino-aprendizagem, estímulo à realização de trabalhos práticos, caminhos para o ingresso na Instituição, etc. Durante a graduação realizou duas pesquisas pelo Pibic-UnG: “Unicidade Linguística e Identidade Nacional em Moçambique” e “A Presencialidade da Língua Portuguesa em Moçambique: Conflito de Relações entre Diferentes Mundos”. Esta última lhe rendeu o prêmio do Congresso Internacional de Iniciação Científica (Coint-Semesp) de 2008. “As participações no Pibic possibilitaram meu acesso ao conhecimento sobre o mundo da ciência, seus métodos de pesquisa, formas de avaliar, resultados e meios de tirar conclusões”, diz David. “Acrescentaram, ainda, capacidade e atitude de análise crítica, de inovação e de investigação, como também ampliaram minha autonomia na construção do conhecimento”, complementa.

Segundo o professor de Língua Portuguesa, que se preparar para o ingresso na pós-graduação e nova imersão no universo da pesquisa, o avanço dos conhecimentos que emergem do Pibic-UnG é relevante e comprometido com a melhoria de qualidade igualmente indissociável do processo Ensino-Pesquisa-Aprendizagem com atitudes derivadas dos saberes que, entre outros e a rigor, incluem suprimento ao estudante de suas necessidades importantes, como bolsa de estudos.

Nessa primeira década de vida, foram quase 600 bolsas concedidas. Hoje, o benefício é de R$ 300 por mês a título de desconto na mensalidade, pelo período mínimo de cinco meses e máximo de 12. Em 2006, a cota institucional ganhou reforço do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que beneficiou a UnG com dez bolsas de iniciação científica; neste ano, mais três bolsas adicionais foram conquistadas. “Não haveria concessão se o CNPq não tivesse a certeza da seriedade, da competência e do afinco com que a UnG tem investido na área da pesquisa científica e, em especial, no que concerne à iniciação científica”, avalia Mário Lincoln.

Para ele, essa ampliação da possibilidade de acesso à pesquisa populariza a Ciência, auxilia os bons acadêmicos a desenvolver suas potencialidades e contribui com o papel institucional de gerar, aperfeiçoar e divulgar conhecimento para a sociedade.

Mas não é atrás apenas de bolsas que vêm os pesquisadores. E essa é, sim, a grande conquista do Pibic-UnG. “Uma vez imersos no maravilhoso mundo da investigação científica, os acadêmicos iniciados procuram, logo na sequência de suas formaturas, programas de pós-graduação de modo a continuarem a evoluir na pesquisa. Aliás, vários coordenadores de programas de pós-graduação da UnG nos têm confessado que os egressos do Pibic figuram entre os melhores pós-graduandos das respectivas turmas. Temos ex-alunos também participando, com destaque, de pós-graduação em diversas instituições estatais”, comenta o coordenador de Pesquisa.

Caloura do Pibic, Priscila Pellegrini, que tem bolsa pelo CNPq, iniciou sua pesquisa há cerca de um mês. Embora o curto período, a aluna do 4.º semestre do curso de Geografia já descobriu as peculiaridades desse maravilhoso mundo. “A bolsa de estudos é um incentivo para maior dedicação do aluno ao desenvolvimento do projeto, mas não é essencial. O Pibic oferece mais que isso: nos oferece bagagem prática muito grande e a possibilidade de sair na frente de outros profissionais sem essa experiência no momento da inserção no mercado de trabalho”, enfatiza ela, que ainda tem 11 meses de pesquisa pela frente.

“Mais importante do que o benefício da bolsa de estudos é o complemento à formação do aluno de graduação e o enriquecimento do currículo que a iniciação científica oferece. O universitário que está realmente interessado em adquirir e gerar conhecimento tem a oportunidade de fazer a investigação como voluntário. A bolsa não pode ter peso maior do que a pesquisa, mas servir apenas de estímulo”, reitera Sandra.

Outras vitórias foram conquistadas pelo Pibic-UnG nesses 10 anos. Em 2006, a Universidade conquistou o prêmio de Instituição que mais teve trabalhos aprovados para o Congresso Nacional de Iniciação Científica. Ao todo, 127 pesquisas de alunos da Universidade foram apresentadas no evento. “A UnG pode se orgulhar de oferecer uma excelente oportunidade de aprimoramento para os universitários que desejam construir um currículo acadêmico mais rico e competitivo para o mercado de trabalho”, aponta Lincoln.

Segundo ele, o Programa da UnG foi um dos primeiros, senão o pioneiro, baseado exclusivamente no mérito científico e na competência acadêmica da parceria professor-orientador/aluno.

Sobre o futuro, o coordenador de Pesquisa da Universidade diz que é imprescindível a expansão e o aperfeiçoamento contínuo do programa, de modo a atender a demanda que decorrerá do crescimento da UnG e das exigências da sociedade. “Podemos – e devemos – nos orgulhar do nosso histórico, mas precisamos cuidar da melhoria do presente, de olhos voltados para o futuro. O Pibic de hoje deve ser melhor do que o de ontem e ‘pior’ do que o de amanhã. Gosto sempre de recordar uma manifestação de um renomado engenheiro aeronáutico quando dirigia o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Perguntado sobre quando um projeto de avião deveria ser considerado obsoleto, ele respondeu: ‘Voa? Então já está obsoleto!’”.
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