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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Docente e mestranda de Análise Geoambiental participam de congressos na Alemanha

Mary Bernardes-de-Oliveira apresentou quatro trabalhos ao lado de duas orientandas, entre as quais a pós-graduanda da UnG, Maria Cristina de Castro-Fernandes
Portal UnG (02/10/2008) – Mudança ambiental tornou-se, atualmente, uma preocupação constante do nosso dia-a-dia e “lugar-comum” tanto em conversas de cientistas como do homem leigo.

Ainda que os geólogos tenham sempre tomado como princípio básico de seu raciocínio que “o presente é a chave do passado”, sabe-se que, no caso de mudanças climáticas, temos no estudo dos paleoclimas uma importante chave para desvendar os eventos do futuro. Dentre as ciências que procuram interpretar os climas do passado e, assim, auxiliar na previsão do porvir, está a Paleobotânica.

As plantas fósseis, além de evidenciarem a evolução da vida sobre a Terra, documentam também, com certo grau de precisão, as mudanças paleoecológicas e paleoclimáticas do planeta, ao longo do tempo geológico, por mais de 430/440 milhões de anos.

A Paleobotânica, pelo estudo dos megarrestos vegetais, e a Palinologia, pelo estudo de seus esporos e polens, têm sido importantes ferramentas nas reconstituições ambientais e climáticas do passado, bem como no estabelecimento das sucessões paisagísticas e das mudanças paleogeográficas, ao longo do tempo geológico.

Com sua origem datada no século XIX, a Paleobotânica iniciou-se com o estudo de megarrestos, descrevendo suas feições características. Pouco a pouco passou a compor as plantas-mães desses órgãos, como um organismo todo, na tentativa de reconstituí-los tridimensionalmente. Hoje, busca-se nos fósseis vegetais suas relações filogenéticas e evolutivas, com base em feições morfológicas, anatômicas e biomoleculares e, também, com base nessas feições e em suas associações tafonômicas e relações paleoecológicas, suas informações paleoclimáticas e paleoambientais. Assim, a Paleobotânica foi, gradualmente, se aproximando da Biologia e da Geologia Estratigráfica.

A Palinologia, mais jovem, com suas raízes no século XX, tem se tornado cada vez mais uma ciência interdisciplinar ao ganhar mais poder de visualização regional, na interpretação paleoclimática, ambiental, de biomas e na evolução cultural humana. As mais suaves oscilações de temperatura, precipitação e mudança florística são refletidas em detalhadas curvas polínicas atuais.

No afã de trocar informações com seus pares, especialistas de ambas as áreas científicas reuniram-se, independentemente, várias vezes e em diferentes lugares do mundo ao longo do século XX. Agora, pela primeira vez na história, reuniram-se em dois grandes eventos: o 12.º Congresso Internacional de Palinologia e a 8.ª Conferência da Organização Internacional de Paleobotânica, na cidade de Bonn, na Alemanha, entre os dias 30 de agosto e 05 de setembro.

Participaram do encontro cerca de 900 pesquisadores de diferentes países:
Canadá, EUA, México, Guatemala, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Peru, Brasil, Argentina, Reino Unido, Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Suíça, Itália, România, Polônia, Áustria, República Tcheca, Turquia, Arábia Saudita, Rússia, Índia, Coréia, Tailândia, China, Japão, Etiópia, Argélia, Austrália, entre outros.

Dentre as instituições brasileiras participantes destaque para o INPA, a UFSE, a UFRJ, a UFRGS, a Unesp, a USP, a Petrobras e a UnG, que fora representada pela docente Mary Bernardes-de-Oliveira e pela mestranda Maria Cristina de Castro-Fernandes, ambas do Mestrado em Análise Geoambiental da Universidade.

Mary apresentou quatro trabalhos ao lado da aluna da UnG e de outra orientanda, a estudante da Universidade de São Paulo, Paula Sucerquia. As pesquisas tiveram co-autoria da professora Judite Garcia, coordenadora do Laboratório de Geociências da UnG, dos mestrandos Patrícia Tufano e Edjoel Carvalho da Veiga e da bolsista de Iniciação Científica do CNPq, Paula Cristina Celeghin.

Os temas dos trabalhos foram: “Ephedroid Gnetophyta in the Early Cretaceous of Northern Gondwana, Brazil”, “The Cenozoic floras of SE Brazil”, “New gymnosperms from the Early Cretaceous of Northern Gondwana” e “Frenelopsid conifers in the Northern South America and its stratigraphic, paleogeographic significance”. Apresentados na forma de painel ou em sessões técnicas, todas as pesquisas foram amplamente discutidas com outros especialistas.
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