Acesse:

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Projeto Cabuçu encerra segunda fase com elogios

Pesquisadores do projeto sugerem criação da APA; Parecer da Fapesp mostra que entidade está satisfeita com as pesquisas
Proteger o que resta das florestas localizadas dentro das grandes metrópoles é o maior desafio das entidades preocupadas com o meio ambiente nacional. Em Guarulhos, cidade que abriga parte da Serra da Cantareira, uma das maiores áreas verdes do Estado, a ameaça vem da população, que aos poucos invade e ocupa áreas ao entorno do Núcleo Cabuçu do Parque Estadual da Cantareira.
Como iniciativa para proteger a região da expansão urbana, o curso de pós-graduação em Gestão Ambiental da UnG em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Secretaria do Meio Ambiente, Prefeitura Municipal de Guarulhos, Instituto Florestal, Parque Estadual da Cantareira, RBCV, SAAE, Proguaru, Unicamp e o Laboratório de Geofísica Aplicada (IPT) promove desde 2002 o projeto de Diagnóstico Ambiental para o Manejo Sustentável do Núcleo Cabuçu, mais conhecido como Projeto Cabuçu.
Até 2003, quando foi desenvolvida uma das três fases do projeto, o grupo fez o levantamento dos problemas ambientais existentes na área e propôs um método para o equacionamento: o estudo para a criação de uma Zona de Defesa do Núcleo Cabuçu, que acabou recebendo apoio e verba da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Na fase II, que encerrou em dezembro de 2005, foram realizados diversos estudos, entre eles o balanço hídrico da bacia do Cabuçu e o levantamento de diversos mapas do meio físico da região considerada própria para a implantação da Zona de Defesa. “Essa iniciativa ajudou a vislumbrar a preocupação da UnG com projetos que buscam a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, especialmente dos guarulhenses”, comenta o Prof. Dr. Antônio Manoel Oliveira, coordenador da pesquisa.
Por fazer parte do Programa de Pesquisas em Políticas Públicas da Fapesp, a terceira fase do Projeto Cabuçu consiste em elaborar um programa que traga benefícios para a vida da sociedade. Os pesquisadores sugeriram a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) do Cabuçu – Tanque Grande. A pretensão é que ela seja incluída na Lei de Uso do Solo que está em tramitação na Câmara Municipal. “Estes resultados constituem um passo para a harmonia entre a expansão urbana de Guarulhos e suas matas, contribuindo para a valorização dos serviços ambientais do Cinturão Verde de São Paulo”, diz Oliveira.
De acordo com o professor, a idéia central não é proibir a instalação de residências na região, mas sim controlar essa ocupação.
Em ofício, o secretário de Desenvolvimento Urbano de Guarulhos, Branislav Kontic, informa que os resultados do Projeto Cabuçu têm sido utilizados nos trabalhos de Zoneamento do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Social de Guarulhos, que terão como conclusão, segundo ele, a Lei que disporá sobre o parcelamento, uso e ocupação do solo no município. “O Projeto alcançou seu objetivo de produzir os resultados que contribuem para uma política pública, contemplando a preocupação com o desenvolvimento sustentável e a necessidade de assegurar a proteção das áreas de preservação ambiental”, salientou o secretário.
Reconhecimento – Em 17 de março a Fapesp publicou parecer sobre a finalização da Fase II do projeto. Assinado por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da entidade, o relatório aponta que o Projeto Cabuçu foi muito bem sucedido e atingiu seu objetivo de desenvolver projetos para o benefício da população local. Além de citar as bem sucedidas pesquisas realizadas pelo grupo nos últimos três anos, Carlos Henrique aponta que a iniciativa deu margem à produção de nada mais que 11 trabalhos de iniciação científica, 5 de conclusão de curso, trabalhos de conclusão de especialização, seis projetos de mestrado e três de doutorado. “Cumpriu-se a meta estipulada nos propósitos iniciais. O grupo formou parcerias, despertou ideais e fez bom uso do dinheiro público”, afirmou Cruz.
De acordo com o professor Antônio Manoel, o valor despendido pela Fapesp durante a pesquisa passou dos R$ 180 mil, os quais foram utilizados na compra de equipamentos e estruturação do laboratório de Geociências.
Compartilhe:

Voltar