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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Docente da UnG já está na China para a disputa dos Jogos Olímpicos

Neilton Moura é um dos treinadores da delegação de atletismo brasileira, composta por 45 atletas. O professor é responsável diretamente pelas equipes de decatlo e heptatlo
Portal UnG (06/08/2008) – A delegação brasileira de atletismo já está na China para a disputa dos Jogos Olímpicos de Pequim, que começa nesta sexta-feira (8) e vai até o dia 24 de agosto. A equipe contará com 45 atletas – 23 homens e 22 mulheres – e uma comissão técnica formada por 12 profissionais, entre eles o professor do curso de Educação Física da UnG, Neilton Moura, que é responsável pelo treinamento das equipes de decatlo e heptatlo.

As disputas do atletismo acontecerão entre os dias 15 e 24 de agosto no Estádio Nacional de Pequim (Estádio Olímpico).

É a segunda vez em menos de um ano que Moura é convocado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para disputas dessa magnitude. Em 2007, ele esteve nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Formador de atletas
Desde menino Neilton já mostrava que sua aptidão estava mesmo concentrada no esporte. De maneira tímida, começou a correr aqui, pular ali, saltar acolá. Apesar do esforço, não chegou a se tornar atleta profissional. Mas não desistiu do esporte. Se formou educador físico em 1981 e, em 1984, já treinava sua primeira seleção de atletismo.

Se especializou na área e, 20 anos mais tarde, assumiu o treinamento da equipe guarulhense, onde atua até hoje. Professor do curso de Educação Física da UnG desde 1998, Neilton Moura já acumulou muitas vitórias no comando de equipes. Nos últimos 22 anos tem aparecido constantemente nas comissões técnicas da Confederação Brasileira de Atletismo. “Já levei atletas a conquistas Sul-Americanas, Panamericanas, entre outras.”

Como treinador da equipe de atletismo de Guarulhos, Neilton também tem alcançado bons resultados. No Troféu Brasil de 2006, Guarulhos ficou na 4.ª colocação e, em 2007, na 8.ª no ranking de mais de 100 equipes. “Eu e os outros treinadores procuramos tirar o máximo desses atletas e prepará-los para competições duras, como o Panamericano que acontecerá no Rio de Janeiro em 2007”.

Mesmo se redobrando em esforços – treina os atletas todos os dias –, Moura crê que o atletismo brasileiro deveria receber mais atenção das autoridades. Diferentemente do que acontece em países europeus e mesmo nos EUA, o Brasil não possui políticas de incentivo ao esporte e os patrocinadores ainda não reconheceram o valor do atletismo. “Os municípios acham que a obrigação deles é apenas oferecer esporte à população e que é papel do governo estadual descobrir atletas de alto nível e do governo federal bancar a preparação deles para as competições”, explica. “Essa visão faz com que os atletas passem por mau bocado”. Isso porque a maior parte deles é da chamada classe menos favorecidas, ou seja, se não houver incentivo e patrocínio, é impossível eles se destacarem.

Mas Neilton não se preocupa apenas com a evolução de seus atletas. Ele acredita que valores devem ser permanentemente garimpados e que qualquer pessoa tem direito de praticar esporte e, um dia, alcançar seus objetivos. É pregando essa filosofia que ele desenvolve projetos sociais com crianças carentes de Guarulhos e São Paulo. No Ibirapuera, ele toca, junto a outros treinadores, o Atletismo em Ação; e no Bairro dos Pimentas, mostra a importância do esporte para a garotada. “Existe um esforço de todos nós de levar essa modalidade ao alcance das pessoas menos favorecidas, porque sabemos que o esporte ajuda no desenvolvimento da criança, especialmente na escola”.

Muitos atletas, como Joana Ribeiro (salto com vara) e Carlos Chenin (decatlo) são reflexos desse incentivo que treinadores como Neilton oferecem. Joana concluiu seus estudos em uma universidade americana, e Carlos vai pelo mesmo caminho. Tudo pelo desempenho que ambos têm no atletismo.
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