Nesta quinta-feira (16), na unidade Brigadeiro da Universidade UNG, Mario Sergio Cortella, filósofo e mestre na área da educação, palestrou sobre os desafios de lecionar nos tempos de hoje. Sem o auxílio de ferramentas como slides de apresentação, ele manteve a atenção de mais de 300 educadores por uma hora e meia, abordando importantes aspectos para a conquista de um aprendizado de qualidade.
Cortella trouxe diversas reflexões sobre o perfil dos alunos da geração atual e suas experiências. Explicou que um educador completo precisa primeiramente compreender e admitir que os jovens para quem eles lecionam não são os mesmos, ou seja, dar aula para a mesma faixa etária por muito tempo não significa saber, ainda, lidar com este público.
Ele explicou que existe a dificuldade do interesse dos alunos pelo o que não está conectado a suas vidas e deu como exemplo o atentado das torres gêmeas, experiência que não foi vivenciada por menores de 15 anos de idade. Para ele, é preciso fazer o conteúdo tornar-se palpável e envolvente. O filósofo não deixa de enfatizar que para isso não é preciso abrir mão do tradicional. “O passado é referência, não é direção. Os alunos de hoje não são mais os mesmos, uma coisa meio óbvia, mas continuamos dando aula como há décadas”, disse o palestrante.
Ao longo de toda apresentação, Cortella expôs de forma didática as problemáticas e suas origens de forma atraente, com variados acontecimentos do cotidiano de um educador, mostrando na prática como ensinar na sala de aula. A variedade de exemplos serviu para que os professores aprendessem e não apenas memorizassem a informação transmitida; desafio importante que os lecionadores precisam enfrentar dentro das salas de aula. Para isso, o filósofo explicou que não se deve construir as coisas de maneira apressada e que tudo precisa passar pelo período de maturação por meio de persistência, perseverança e inovação.
A palestra “A Educação e a Emergência de Múltiplos Paradigmas: Novos Tempos, Novas Atitudes” fez parte do Encontro entre Educadores promovido pela Universidade UNG. “Estou muito feliz com o nosso primeiro evento e ansioso para o próximo, além querer levar essa experiência e discussões para as outras unidades”, disse o vice-reitor Ricardo Marafon. Ele complementou ainda a importância de debates no ambiente universitário para a reflexão dos profissionais que trabalham na área.
No final do evento, a plateia fez questão de aplaudir de pé os ensinamentos transmitidos por Cortella. Para Ricardo Brás, professor de Geografia há mais de 10 anos na rede pública de ensino de São Paulo “assistir à palestra do Cortella foi realmente enriquecedor, porque sua proposta não é responder dúvidas, mas instigar a sair com um monte delas. Eu estou saindo daqui cheio de perguntas e inspirado”, salientou.
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