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Redes sociais podem ajudar na recuperação da Síndrome do Ninho Vazio

Após a independência dos filhos, pais passam por ressignificação pessoal. Entenda como as redes sociais podem auxiliar no processo
Assessoria de Imprensa Por: Pâmela Vespoli 08/06/2017 - 10:30
redes sociais
As redes sociais servem como ‘bandeja’ de uma série de novas opções relacionais
Chega um certo momento da vida em que os filhos estão prontos para sair de casa e trilhar o próprio percurso. Nesta fase, é comum pais ficarem abatidos emocionalmente, com sensações de vazio e tristeza, mesmo aqueles que estão satisfeitos com o processo de independência de sua criação. Essa reação é conhecida como Síndrome do Ninho Vazio, um quadro natural e temporário de adaptação.  
 
Para afastar este sentimento de solidão, muitos adotam as ferramentas de comunicação. “Pessoas com mais idade procuram aprender a mexer nas redes sociais, porque querem manter contato com a vida dos filhos e netos”, menciona Daniel Campos, professor de Redes Sociais da Universidade Aberta e da Terceira Idade (UATI) da Universidade UNG. “Não é de hoje a ideia de manter contato com cônjuges e familiares sem importar a distância. Logo, faz sentido compreender que a rede social é um ambiente onde o pai ou a mãe ainda pode participar, mesmo que indiretamente, da vida destes filhos, ao compartilhar uma fotografia ou um like, demonstrando aprovação ou desaprovação daquilo que acontece na vida deles. Esta interação pode acarretar na sensação de pertencimento, que é um dos melhores antídotos para os males existenciais da síndrome” diz Hugo Tanizaka, professor de psicologia da Universidade UNG.
 
Para isso Campos explica que as redes sociais são um dos meios mais eficazes, devido a agilidade na transmissão. Sendo assim, ferramentas como Facebook, WhatsApp e SnapChat podem auxiliar os pais a compartilhar as novidades, informar as idas ao médico e mostrar aprendizados adquiridos, caso estejam cursando algo, aproveitando o tempo livre que não costumavam ter. Além de enviar vídeos e fotos que podem virar piadas interna no grupo da família, em formato de memes e gifs personalizados.
 
No entanto, o psicólogo adverte, é preciso moderar no uso destas ferramentas, pois os filhos também estão passando por mudanças de rotina aos quais eles devem se adaptar. Famílias mais apegadas que geram filhos mais dependentes, tanto emocionalmente quanto nas tarefas do dia-a-dia, tendem a manter esse hábito mesmo distantes. Por isso, cuidado. Deve-se usar os meios como instrumento para amenizar a saudade e fortalecer o relacionamento familiar, e não firmar um quadro de dependência. Não exagere nos telefonemas e nem nas mensagens.
 
Campos menciona que apesar de muitos procurarem as redes sociais com finalidade familiar, a maioria acaba usando com amizades que formaram neste novo momento da vida, em que o relógio deixou de ser inimigo para se tornar um aliado. Segundo Tanizaka esta mudança de foco é saudável, faz parte do processo de redescobrimento pessoal, “quando nos tornamos pais, a nossa identidade passa a ser atrelada à funcionalidade e valoração deste laço, por isso requer esforço psíquico para a ressignificação de sua própria identidade quando os filhos se tornarem autônomos e livres”. Para o especialista, este é o período perfeito para os pais dedicarem-se àquelas atividades que eles tinham interesse e não faziam parte da lista de prioridades. Deve-se voltar para seu interior, redescobrir-se e aproveitar as ferramentas tecnológicas para usar a favor de novas experiências. “As redes sociais servem como ‘bandeja’ de uma série de novas opções relacionais que podem ressignificar esta nova fase da vida”, conclui Tanizaka.
 

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