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Os livros didáticos e a controvérsia que podem ser na educação infantil

Considerado por alguns professores extremamente conteudistas, os livros didáticos na educação infantil podem deixar de lado alguns aspectos importantes para o desenvolvimento da criança
Por: Camilla de Assis 07/03/2018 - 10:43 - Atualizado em: 07/03/2018 - 11:18
Educação infantil
Educação infantil
Usados massivamente em todas as etapas de educação no Brasil atualmente, o livro didático é uma das ferramentas primordiais no aprendizados das escolas do país. A chegada desse tipo de obra ao Brasil se dá no século 19, como um adicional à Bíblia, que era até então o único livro aceitos nas escolas. Os primeiros livros foram escritos para estudantes de escolas de elite, justamente para complementar conteúdos que não continham no Livro Sagrado.
 
Sejam eles trazendo conteúdos de disciplinas como português, matemática, literatura, história ou até mesmo artes, as obras exploram os assuntos de acordo com a faixa de aprendizado em que o aluno está. Assim, entende-se que quanto mais novo seja o aluno, mais lúdica seja a forma que o livro passará o conteúdo. Ou seja, atividades de ligar pontos, completar números ou “escrever” (ou seja, realizar um “desenho” igual ao da letra impressa na obra) são comuns.
 
Conteudistas
 
Se por um lado há quem defenda o uso do livro didático desde a educação infantil, com o argumento de que as crianças terão estímulo de aprendizado desde cedo, por outro há que reprove o uso desse tipo de material e ainda o ache desnecessário para as crianças menores. É o caso da pedagoga Graciele Selma. A profissional entende o livro didático utilizado como Brasil como sendo extremamente conteudista (ou seja, que preze pela visão educacional de conteúdos tradicionais de aprendizado).
 
Segundo Graciele, a idade que corresponde à educação infantil é aquela em que os estudantes devem desenvolver habilidade sociais. “Dos livros [didáticos para educação infantil] que já vi, eles são muito conteudistas, já iniciam a educação infantil com várias atividades”. A pedagoga ainda faz uma crítica aos educadores que prezam pelo conteúdo e terminam por deixando de priorizar o desenvolvimento. “Por isso tem adultos que não sabem o que é direito ou esquerdo, não têm um bom equilíbrio e têm dificuldade para socializar e cumprir regras”, aponta Graciele.
 
A pedagoga ainda pontua que a grande problematização do assunto é referente aos conteúdos que são publicados nos livros didáticos. “As escolas visam a preparação para o vestibular. Desde cedo elas têm simulado, ficha de atividades, etc.” Entretanto, a profissional da área de educação também culpabiliza os responsáveis pelas crianças por essa iniciação tão cedo aos conteúdos. “E ainda têm as cobranças dos pais: ‘meu filho tem 3 anos e não sabe fazer o nome, então o que ele faz na escola? Pra quê pago escola?’”, ilustra Graciele. 
 
Saída
 
Mesmo que a ideia do uso do livro didático para crianças na educação infantil seja um opinião que varia de professor para professor, conforme aponta Graciele Selma, existem saídas para que as aulas e as programações curriculares das crianças mais novas não seja tão conteudista. Ainda segundo a profissional, algumas questões específicas deveriam ser trabalhadas em sala de aula. “Na educação infantil, os alunos devem desenvolver áreas do cérebro que são muito importante para toda a vida. Acho que [as escolas] deveriam priorizar o desenvolvimento, a comunicação e socialização. O professor também pode trazer alguns conteúdos, mas não deve ser o foco”, opina e pedagoga.
 
E você, o que acha de livros didáticos na educação infantil? Conte pra gente nos comentários! Aproveite e conheça nosso curso de Pedadogia!

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