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Dia mundial da saúde: a revolução do lavar as mãos

Por: 07/04/2020 - 18:13
Um ato que, de tão comum, já é automático para quase toda a população. "Antes de comer, tem que lavar as mãos". Aposto que você já ouviu essa frase da sua mãe, avó ou até mesmo da professora da escola. Essa forma tão singela de higienização voltou a ficar em evidência após a pandemia da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus e que tem como um dos meios de transmissão o contato das mãos com superfícies infectadas. No entanto, esse hábito que, mais do que nunca, se faz tão importante, não era rotineiro em anos atrás. Na verdade, sua descoberta revolucionou a medicina e a saúde pública.
 
"Revolucionou a saúde, principalmente, com o surgimento da teoria do contágio e o desenvolvimento da microbiologia no século XIX. A higiene das mãos é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos atos mais simples e eficaz para a prevenção de doenças. A partir das descobertas científicas, novas práticas de saúde nos serviços de saúde e população contribuíram de forma preventiva para redução das infecções. Lavar as mãos modificou nossos hábitos de vida e permitiu grandes benefícios para saúde humana", evidencia Alexandre Barbosa Beltrão, médico sanitarista.
 
Alexandre explica que a recomendação de lavar as mãos surgiu na Europa, quando o médico húngaro Ignaz Semmelweis associou a não prática do ato entre os obstetras e o índice de mortalidade em puérperas, que é o que chamamos popularmente de resguardo. "O simples ato de lavar as mãos reduziu a mortalidade das puérperas quando se comparava ao grupo de médicos que não realizava o procedimento de higienizar as mãos. Os médicos transmitiam agentes infecciosos de cirurgias e autópsias aos seus pacientes provocando infecções. Depois de mais de 100 anos, estamos observando a importância desse ato na prevenção da pandemia da Covid-19", evidencia.
 
Para entender a importância de lavar as mãos para saúde, é preciso saber como as doenças infecciosas, como a Covid-19, podem se propagar. De acordo com a médica infectologista Vera Guimarães, há duas formas de contaminação: a direta e a indireta.
 
"A Covid-19 é um vírus transmitido, principalmente, por secreções respiratórias, na forma de gotículas. Ele se diferencia da transmissão por aerossóis, que são capazes de alcançar as vias respiratórias apenas pelo simples contato da respiração, como acontece com o sarampo e a varicela. Já a influenza e a Covid-19 são transmitidas por gotículas de saliva e secreções respiratórias por quem está doente, principalmente, o paciente sintomático, quando tosse e espirra. Por isso que se recomenda a distância de pelo menos dois metros, para evitar esse tipo de contaminação", explica a especialista.
 
Ainda de acordo com Vera, o vírus da Covid-19, por exemplo, pode sobreviver horas ou dias em determinadas superfícies. Isso torna objetos de amplo contato, como maçanetas e barras dos ônibus, focos de contágio para a sociedade. "A indireta é quando essas gotículas se depositam em superfícies secas, como plásticos e papel. É por isso que lavar as mãos é tão importante. Porque o vírus pode sobreviver por horas ou até dias em superfícies, dependendo do tipo" reforça a médica.

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