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Cultura indígena contemporânea: tradição ressignificada que extrapola os limites da aldeia

É crescente o número de artistas indígenas que, através de sua arte, mostram que sua cultura não é algo parado no tempo. Conheça alguns deles
Por: Paula Brasileiro 19/04/2017 - 08:00 - Atualizado em: 19/04/2017 - 08:41
Rap, rock, forró.. É através dos mais variados ritmos que os índios estão se comunicando atualmente
Rap, rock, forró.. É através dos mais variados ritmos que os índios estão se comunicando atualmente

Quando você pensa no povo indígena do Brasil o que vem à sua mente? Danças circulares, cânticos tradicionais e rituais seculares? Pois os índios contemporâneos estão indo além, lutando - ainda por suas terras, em alguns casos - mas, também,  pelo direito de ter sua voz ouvida e sua 'cara' vista. Eles estão em diversos segmentos, criando e ressignificando sua cultura, numa prova de que esta não é estática e que as tradições se adequam às circunstâncias e realidades de quem as detém.

A música é um dos instrumentos usados para difundir a cultura indígena atual e o cotidiano das reservas e aldeias remanescentes no país. Nelas estão surgindo inúmeros artistas que se embrenham nos mais diversos estilos musicais para mostrar sua arte e suas histórias - das antigas às mais recentes. Conheça alguns nomes que estão usando os mais diversos ritmos como meio de falar aos seus, e aos não-índios, numa ação de manutenção e valorização de sua própria identidade.  

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Brô MC's

O rap chegou com força  à reserva Guarani Kaiowá, no município de Dourados, em Mato Grosso do Sul, e logo conquistou os jovens Bruno, Charlie, Kelvin e Clemerson. Os quatro, filhos legítimos daquela etnia, se juntaram para formar o grupo Brô Mc's que, através das rimas, canta sobre demarcação de terras e preservação da cultura, dentre outros temas ligados à sua realidade. Num esforço para manter a cultura da aldeia, os garotos compõem suas letras em guarani, misturado ao português, e o som mescla instrumentos de origem indígena às batidas do hip hop. O Brô MC's vem conquistando espaço no meio musical e chegou a se apresentar em Brasília, durante a posse da ex-presidenta Dilma Rousseff.   

Gean Ramos

Natural de Jatobá, no sertão de Pernambuco, Gean Ramos é da etnia Pankaruru. Já tem 14 anos de carreira e, em sua música, além de falar sobre temas universais também aborda temáticas sobre sua aldeia e sua etnia.

Banda Kaymuan

Formada por moradores da Aldeia Caieiras Velha, do Espírito Santo, a banda conta com índios de origem tupinikim e descendentes. Eles tocam o Congo Capixaba, música típica daquele estado, exaltando as tradições da aldeia.

Revelação da Tribo

Para quem gosta de forró, a banda Revelação da Tribo vem do Maranhão e é formada por indígenas Guajajara.

Sonissini Mavutsni

Criada e liderada pelo cantor xinguano, do povo Yawalapiti, Lappa Yawalapiti, a banda Sonissini Mavutsni trata de temáticas indígenas no ritmo do reggae. O grupo é do Parque Nacional do Xingu, do Mato Grosso, e, além das músicas apresentarem ritmos tradicionais, são cantadas nas línguas tupi e karibe.

Dica extra

Arandu Arakuaa

A Arandu Arakuaa é uma banda brasiliense, formada por não-índios, que mistura heavy metal com música índigena e outros ritmos tradicionais brasileiros. O guitarrista Zândhiio Aquino, criador do grupo, cresceu ao lado da terra indígena Xerente, em Tocantins, e levou para seu trabalho toda a influência recebida ali. As canções são compostas nos idiomas tupi, xavante e akwe xerente e o propósito da banda é manter viva essas culturas.  


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